sexta-feira, 13 de março de 2009

Consultoria - Tabus na empresa familiar


A resistência aos consultores chega a ser extremada nas empresas familiares. Há muito medo de revelar os pontos fracos do administrador e da empresa.

Nos países do Primeiro Mundo, há mais de meio século, empresários administradores, públicos ou privados, freqüentemente utilizam-se da contratação de consultores externos na busca constante de melhores índices de eficiência e produtividade para suas empresas. No Brasil, ressalvadas as exceções, a utilização deste expediente ainda é um grande tabu. Por maiores que sejam os esforços do consultor, no sentido de apresentar-se como um simples mortal, dotado de todas as perplexidades do brasileiro comum, assim não é identificada por uma nítida e bem definida parcela do nosso empresariado. Curiosamente, aquela que melhores benefícios poderiam colher, caso o preconceito não existisse. Arrogância, pretensão e impessoalidade são quase sempre as imagens que sobressaem.

Recorrer às empresas de consultoria seria a última das prioridades. Seria o mesmo que chamar o padre para a cerimônia "da unção dos enfermos" da empresa e, ainda por cima, passar um atestado de incompetência à vista de seus funcionários.

Qual a origem de tanta resistência? Talvez resida no fato de que as maiorias das empresas brasileiras são de origem familiar. É comum depararmo-nos com o executivo, em seu gabinete, ladeado por quadros e porta-retratos do avô, do pai e do varão herdeiro. Estas tradições, se por um lado simbolizam uma respeitável história de lutas, suor e lágrimas, de outro disseminam uma permanente atmosfera de cumplicidade familiar, que inconscientemente inibem o atual presidente a abrir seu "templo sagrado" para que consultores profissionais tomem-no de assalto, detectando pontos de estrangulamento, identificando as reais oportunidades de melhoria, optando por soluções "diabólicas", decepando cabeças, impondo métodos e sistemas que fariam o lendário fundador daquele próspero negócio de família estrebuchar na tumba.

E o destino dos antigos funcionários, fiéis colaboradores, que hoje ocupam cargos estratégicos e de absoluta confiança? Sem dúvida, serão impiedosamente atirados à sarjeta, sem que deles jamais se venha ter outras notícias.

Exageros á parte, a realidade é bem diferente. Tomara Deus que esse empresário conhecesse que uma empresa de consultoria em nada difere das outras, exceto pelo produto que oferece: metodologia. Desde a abordagem inicial, até a entrega final do produto, o consultor moderno jamais perderá de vista os aspectos históricos, filosóficos e humanísticos do cliente, ferido um só desses elementos, qualquer planejamento que se pretende, caminhará inexoravelmente para o fracasso.

A consultoria moderna deve ser entendida como uma ferramenta auxiliar, que durante um dado período oferece ao empresário uma metodologia, que aplicada de modo racional e sistematizado, resultará na otimização dos recursos disponíveis (humanos e materiais) sempre a um nível de sofisticação condizente com as realidades "tomografadas" num diagnóstico anterior.

Em outras palavras, trata-se da mobilização de novas abordagens na arte de lucrar mais e pagar melhor. Esses cidadãos (os consultores) estarão treinando pessoas, aquelas mesmas ali colocadas pelo velho patriarca, para que através de um trabalho participativo e cooperacional consigam controlar adequadamente seus custos, de maneira que todos se sintam co-participes na implantação de uma nova filosofia de convivência com o trabalho. Motivados, despidos dos hábitos que lhes faziam monges, terão o agente acelerador no atigimento das metas estabelecidas.

É certo que somente após liberadas todas as potencialidades da população envolvida, sintetizadas numa linguagem comum e uniforme, é que se alcançará a desejada interligação entre departamentos e áreas estanques, gerando um conjunto de responsabilidades e atitudes convergidas para o sucesso de uma nova mentalidade para administrar custos.

É chegado o momento de o empresário compreender que não bastam reuniões em "petit comitê" para a formulação de um bom planejamento estratégico. O sucesso dependerá, acima de tudo, da comunicação de seus itens aos escalões inferiores e da capacidade de assimilação desses escalões do que se pretendeu comunicar. Há técnicas especificas através das quais pode-se atingir o necessário ponto de equilíbrio do binômio comunicação X assimilação.

Por ora, resta ao profissional de consultoria, em sua obstinada luta contra o preconceito, a expectativa de sensibilizar o "administrador quixotesco", que na clausura do tabu e da unificiencia, muito pouco do patrimônio que hoje se tem poderá restar para as pompas da sucessão.

B2B, B2C ou B2P? Relações corporativas acontecem entre pessoas

Nos negócios entre empresas, B2B (business to business), todas ações de marketing buscam reforçar as relações e criar o senso de parceria, mas há um porém importante: o relacionamento não ocorre entre empresas, acontece entre as pessoas que trabalham nos dois lados. Essa é a principal diferença para as táticas de relacionamento no marketing de consumo – no qual basta mirar no cliente consumidor, identificá-lo, segmentá-lo e customizar táticas adequadas.

No marketing em B2B, a empresa-cliente pode ser uma, mas dentro dela há diversas pessoas com diferentes posições importantes no processo. Aí as táticas precisam ser pensadas para atingir essas pessoas. Quando planejamos ações de marketing de relacionamento, o B2B é muito mais B2P (business to persons). Pessoas que podem ser classificadas dentro dos seguintes papéis dentro do processo de compra: especificadores, influenciadores, intermediários, compradores e decisores.

Por isso, é importante compreender e cadastrar as pessoas da empresa-cliente e seu papel na relação. Ao fazer isso, ficará claro que a relação ocorre com mais pessoas do que se imagina. O bom vendedor sabe converter recepcionistas e secretárias ao seu favor. E compradores são os responsáveis pela abertura e pelo fechamento das compras, mas há casos em que não são os decisores, função assumida pela diretoria. Algumas vezes, encontramos gestores comerciais que promovem esse trabalho e, em função disso, desenvolvem táticas de vendas mais direcionadas. Mas, em raríssimos casos, infelizmente, essa visão B2P do cliente é tratada nas táticas de marketing.

É preciso visualizar as pessoas para promover ações mais pertinentes. Por outro lado, é preciso também fazer a lição de casa. Entender que nossa empresa não é um corpo único, que também temos diversas pessoas que atendem e entram em contato com as pessoas do cliente. Um vende, outro fatura, um terceiro entrega, um quarto atende no dia-a-dia e um quinto presta suporte técnico. É nossa responsabilidade manter nosso pessoal informado e trabalhando em equipe para que todos tenham uma mesma atitude frente ao cliente.

As boas práticas de marketing de relacionamento corporativo dependem de quatro passos:

• Qualidade no processo de atendimento que, com a qualidade dos bens comercializados, cria reconhecimento;
• Classificação dos clientes valiosos para o negócio;
• Cadastramento das pessoas dos clientes valiosos e seu papel no processo de compra;
• E ações de relacionamento B2P para manter vivo o reconhecimento e transformá-lo em fato relevante para a geração de mais negócios.


Essas ações podem ser gerenciadas dentro de um programa de marketing de relacionamento corporativo que consiste em atividades planejadas de comunicação dirigida, eventos corporativos, benefícios e concessões especiais, e até nos comuns mimos e brindes. No B2P valorizamos as pessoas como a base da relação corporativa.